Tudo sobre as espécies e tipos de baratas: existem cerca de 4.000 espécies de baratas diferentes, sendo que 1% apresenta associação com o homem.
Assumindo, assim, uma grande importância econômica. Felizmente, a grande maioria das espécies de baratas, não constitui pragas domiciliares. Cerca de 50% tipos de baratas tornaram-se peridomésticas ou domésticas e apenas algumas delas constituem pragas urbanas.
As baratas são artrópodes pertencentes à classe insecta da ordem Dictyoptera. Alguns autores consideram a existência de 28 famílias de baratas e enumeraram 18 espécies com hábitos domiciliares ou peridomiciliares, entre as quais duas delas encontradas no Brasil com muita frequência e consideradas pragas urbanas: a barata alemã (Blatella germanica – Fam. Blattellidae) e a barata americana, de esgoto ou voadora (Periplaneta americana – Fam. Blattidae). Caso queira mais informações sobre como combater as baratas, procedimentos contra as baratas, como afastar as baratas, navegue pelo nosso blog e tire suas dúvidas sobre as baratas, pois, sabemos que elas não são bem-vindas e que as baratas podem causar vários danos.
Além destas, outras menos comuns podem ser encontradas aqui: barata oriental (Blatta orientalis), barata australiana (Periplaneta australasiae), barata do suriname (Pycnoscelus surinamensis) e a barata listrada (Supella longipalpa).
A necessidade de conhecermos as espécies de baratas infestantes num determinado ambiente é de importância fundamental para o controle de baratas, e essa é a metodologia utilizada por nossa Dedetizadora, pois somente identificando a espécie poderemos conhecer seus hábitos e formas de disseminação, e dessa forma executar um controle de baratas adequado. Por isso serão descritas abaixo as características das principais espécies de baratas encontradas no Brasil, essenciais para sua identificação.
Barata alemã (Blatella germanica)
Também conhecida como francesinha, alemãzinha ou paulistinha, dependendo da região, tem sido considerada a espécie de barata de maior repercussão econômica e a mais proliferada no Brasil e no mundo, sendo frequentemente encontrada em todos os tipos de residências e estruturas, e possivelmente a mais difícil de ser controlada entre as baratas domésticas.
Essa espécie de barata é cosmopolita e suas infestações variam dependendo da posição geográfica e das condições sócio-econômicas. É a menor das espécies de baratas de importância econômica e a de maior prevalência em apartamentos, supermercados, açougues, padarias, fábricas de alimentos, lanchonetes, hospitais, cervejarias, banheiros e restaurantes.
Embarcações e ônibus também apresentam altas infestações de barata alemã, embora raramente esta espécie possa sobreviver em ambientes externos. Muitas residências e estabelecimentos comerciais tornaram-se infestados por essa espécie de barata quando caixas de papelão, alimentos ou outro material infestado foram trazidos para o interior das residências.
Essa espécie de barata possui tamanho pequeno (1,5 a 3,0 cm de comprimento), coloração castanho-amarelada com duas faixas longitudinais mais escuras no pronoto, com machos e fêmeas inteiramente alados. Seu ciclo de vida pode ser completado por 100 dias sob condições favoráveis de desenvolvimento.
As fêmeas são ovíparas e carregam a ooteca até quase o momento da eclosão das formas imaturas produzindo de 4 a 8 ootecas durante sua vida. Dentro de cada ooteca existem de 24 a 48 embriões que se desenvolvem aproximadamente 28 dias. A ooteca é delgada, com a base e parte superior paralelas, de coloração marrom clara e medindo cerca de 8 mm de comprimento, com denteações distintas contornando cada um dos ovos.
A liberação prematura da ooteca pela fêmea da barata alemã pode ocorrer após a exposição a inseticidas. As ootecas de diferentes espécies são bastantes distintas, diferindo em tamanho, forma, ornamentação da superfície, forma do serrilhado da carena e número de ovos contidos, podendo ser utilizadas para se determinar a espécie de barata infestante em um local.
As ninfas podem abrir a ooteca ainda quando está aderida à fêmea ou ser depositada em um lugar em que as formas imaturas recém nascidas possam facilmente encontrar alimento e abrigo. É a única espécie de barata doméstica que carrega a ooteca até a eclosão das ninfas.
A fêmea pode produzir sua primeira ooteca aos 11 ou 12 dias de idade do estágio adulto reduzindo consideravelmente sua alimentação alguns dias antes da eclosão das ninfas. Uma nova ooteca é formada em duas semanas após a eclosão das ninfas. As ninfas são de coloração mais escura (quase negro) do que os adultos e passam por 5 a 7 estágios de ninfais variando de 50 a 60 dias, representando 75% da população.
A fase adulta pode durar de 3 a 6 meses e não tem o hábito de voar, sendo que as fêmeas apresentam maior longevidade do que os machos. Os machos iniciam o acasalamento 3 dias após a emergência e as fêmeas 4 a 5 dias, e se elas não copularem dentro de 14 dias após a emergência, ootecas não fertilizadas serão formadas (partenogênese).
A próxima ooteca será formada depois de duas semanas de posta a anterior. O número médio de acasalamento por machos é de 10 vezes sendo que a última cópula ocorre quando o macho tem em média 42 dias (11 a 95 dias).
Os sexos das baratas alemã podem ser facilmente distintos pelas seguintes características:
Macho: corpo fino, leve; segmentos terminais do abdome visíveis não cobertos pela asa; cercos com 11 segmentos; presença de estilos;
Fêmea: corpo forte, firme; todo o abdome coberto pela asa; cercos com 10 segmentos; ausência de estilos.
Por que a barata alemã e tão adaptada?
- Possui uma ooteca de gestação múltipla mais numerosa que o resto das baratas caseiras, ou seja, em cada gestação nascem mais indivíduos que nas outras espécies;
- Possui alta capacidade reprodutiva: Seu curto período de incubação assim como seu curto período de maturidade sexual provocam aumentos populacionais explosivos;
- As ninfas da barata alemã têm melhores oportunidades de sobreviver diferenciando-a das outras espécies, isso ocorre devido à fêmea carregar a ooteca durante todo o período de incubação dos embriões, o qual evita a presença de riscos ambientais que ocorrem ao desprender a ooteca, assegurando assim um potencial reprodutivo alto;
- As ninfas da barata alemã são menores do que as das outras espécies, portanto são capazes de esconderem em muitos lugares que seriam inacessíveis para os outros indivíduos de espécies maiores. As ninfas tendem a permanecer juntas uma das outras, normalmente próximo do lugar onde nasceram provocando assim uma alta densidade populacional no local. Também produzem feromônios de agregação que aumentam o nível de agrupamento da população;
- Existem outros fatores adicionais que contribuem no êxito da instalação da barata alemã como seu elevado potencial reprodutivo que ajudaram a desenvolver inclusive resistência aos inseticidas.
Sua alta adaptabilidade é a principal razão de serem dificilmente controladas, e mesmo após milhões de anos de co-evolução, a barata alemã ainda representa um grande desafio para o homem. Sob condições de campo, a habilidade da barata alemã aprender e modificar seu comportamento pode ser um importante meio de sobrevivência dessas populações, pois a habilidade constante de adaptação e trocas de ambiente causada pela intervenção do homem é de grande importância e exige constantes esforços para melhorar os métodos de controle dessa barata.
Barata americana de esgoto ou voadora (Periplaneta americana)
É a maior entre as espécies de baratas domésticas podendo chegar a 4 ou 5 centímetros de comprimento e colorido castanho escuro, com um bordo amarelo vivo no pronoto. As asas dos machos ultrapassam um pouco o comprimento do abdome e nas fêmeas, as suas asas têm o mesmo comprimento do corpo.
Deposita sua ooteca apenas um dia depois de formada e procura colocá-la sempre próxima a uma fonte de alimento, em locais protegidos (isso aumenta a chance de sobrevivência das ninfas), podendo prendê-las em alguma superfície usando secreções de sua boca.
As ootecas medem somente 8 mm de comprimento e são formadas na mesma fêmea à razão de uma por semana, de 15 a 90 semanas seguida. As ootecas podem ser produzidas em intervalos de 4 a 10 dias. Cada ooteca possui cerca de 14 a 16 ovos que vão eclodir aproximadamente entre 50 e 55 dias, dependendo de fatores climáticos. A fêmea adulta procura uma fenda ou canto escuro e protegido para fazer a postura.
As ninfas não têm asas, apresentando uma coloração uniforme (inicialmente branca, mas logo escurece e começa a procurar alimento) sofrem de 9 a 13 mudas levando cerca de 5 a 15 meses até atingir a maturidade. As ninfas vivem misturadas aos adultos formando grandes grupos que procuram lugares escuros e úmidos.
Abrigam-se em porões, rede de esgotos, caixas de gordura, fossas sépticas, tubulações, banheiros, ralos, armários de cozinha, embaixo de pias, etc. As ninfas são de cor café – acinzentado e ao redor da 5ª ecdise as ninfas começa a tomar uma coloração café – avermelhado.
Alimentam-se de grande variedade de alimentos tendo preferência por matéria orgânica em decomposição. São atraídas por substancias doces e pelo gosto amargo. Os adultos sobrevivem de 2 a 3 meses sem comida, mas só um mês sem água. Seu período de vida oscila de 14 a 15 meses. Possuem o hábito de voar.
Há três espécies que se assemelham a Periplaneta americana e são encontradas nas regiões subtropicais em muitas partes do mundo: Periplaneta brunnea, Periplaneta australasiae e Periplaneta fuliginosa.
Como é feito o Controle de barata de esgoto ou voadora (Periplaneta americana)?
Com a finalidade controlar e eliminar os focos de baratas provenientes de esgoto (Periplaneta americana) pode aplicar inseticida na forma líquida nos ralos, já que eles servem de ligação para as redes de esgoto.
Os inseticidas utilizados no controle de baratas de esgoto ou barata voadora, como preferir chamar, como os pós secos, formulações para pulverizações residuais e aerossóis eficientes (para infestações pequenas e localizadas) e práticos de serem usados causam uma morte rápida.
Apesar destas características, em geral, esses produtos não se mostram eficientes, devido à má qualidade da aplicação, pelos produtos terem uma formulação e dosagens incorretas, da utilização em momentos inadequados (alta densidade populacional), condições climáticas inadequadas e pela evolução da resistência.
O controle químico, ainda como importante tática MIP (Manejo Integrado de Pragas), na verdade é uma medida que não resolverá totalmente o problema, promovendo apenas a eliminação temporária das baratas. Esta ressurgirá em pouco tempo, tendo que ser tratada novamente.
A filosofia do controle integrado de pragas é a de reduzir a população de baratas e outras pragas a níveis toleráveis, ao invés de erradicá-las. Tal filosofia, entretanto, pode ser incompatível no caso de baratas, com a expectativa da maioria da população ser a favor da erradicação.
Barata oriental (Blatta orientalis)
Também conhecida como barata negra é outra espécie de barata doméstica frequentemente encontrada no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro. Possui asas muito curtas, portanto não voa. Os adultos são de corpo robusto, preto, brilhante e seu corpo tem uma aparência pesas, especialmente nas fêmeas.
As fêmeas medem de 3 a 4 centímetros e os machos de 2 a 3 centímetros de comprimento. Ocorrem em áreas úmidas, geralmente em esgotos, porões e outras estruturas abaixo do nível do solo.
As fêmeas possuem asas rudimentares, pouco funcionais ficando o abdome descoberto, o que a diferencia dos machos cujas asas podem cobrir até ¾ do abdome. Nenhum dos sexos tem capacidade voar. A fêmea expele pela sua ooteca cerca de 30 horas depois de formada, colocando-a em superfícies horizontais ou verticais, sempre em pontos próximos a fonte de alimento.
As fêmeas produzem uma média de 8 ootecas durante sua vida, cada qual contendo 16 ovos que vão eclodir após 60 dias, em condições ambientais normais. Em condições de laboratório (27°C e 30% UR) o desenvolvimento de ovo a adulto dura cerca de 6 meses. As fêmeas adultas podem viver de um a seis meses.
As ninfas têm de 7 a 10 ecdises e os estágios ninfais levam geralmente de 8 a 10 meses para se completar. As ninfas possuem hábitos similares ao dos adultos e as encontramos com frequência a eles associadas, tanto fora como dentro de casa, nos quintais em baixo de folhas e pilhas de madeira, no canteiro de flores; também em esgotos, ralos e nos porões úmidos (lugares frios e úmidos). Ambos os estágios, ninfas e adultos, são lentos, não costumam instalar-se em paredes.
A diferença com outras espécies domesticas é que a barata oriental tem desenvolvimento de ciclos estacionais bem desenvolvidos. Se encontrar uma quantidade maior de adultos durante os últimos meses de primavera ou nos meses de outono, é devido essencialmente a mortalidade das ninfas e o tempo requerido para a incubação de nova geração.
No caso das ninfas não conseguirem a maturidade para finais de outono e início do inverno, seu desenvolvimento parece diminuir consideravelmente, alcançando a maturidade até a primavera, razão pela qual somente alguns adultos serão vistos durante todo o ano.
Alimentam-se de qualquer tipo de matéria orgânica em decomposição, especialmente lixo onde busca restos em latas vazias. Com água, podem viver até um mês sem comida; mas sem água e sem comida, não resistem mais que duas semanas.
Barata do suriname (Pycnoscelus surinamensis) e Barata listrada (Supella longipalpa)
Barata do suriname (Pycnoscelus surinamensis)
Ocorrem nos trópicos e subtrópicos ao redor do mundo e tendem a ocupar ambientes externos. Têm o hábito de escavar e são capazes de destruir várias plantas. Frequentemente são trazidas para dentro de casa, de shopping e restaurantes em vasos de plantas. Embora esta espécie de barata não seja uma praga doméstica, ela pode causar grandes distúrbios em estufas de plantas.
Os adultos medem cerca de 18 a 24 mm de comprimento, pronoto de coloração preta, com margens claras, asas anteriores marrom escuras. Ninfas marrom escuras e pretas. Reproduzem-se por partenogênese (os machos não são conhecidos) e a ooteca é retirada dentro abdome. Cada ooteca contém uma média de 26 ovos e as ninfas passam por 8 a 10 mudas durante 127 a 184 dias. As fêmeas adultas vivem cerca de 300 dias.
Barata listrada (Supella longipalpa)
É a menor espécie das baratas medindo 1,5 e 2,0 centímetros de comprimento. Às vezes são confundidas com a barata alemã, mas se distinguem por possuírem 2 manchas marrons amareladas nas asas. Possuem hábitos noturnos, podem voar e podem ser encontradas em qualquer estrutura, mas preferem lugares quentes e úmidos, altos ou dentro de moveis.
São isoladas, não andam em bandos. Comem restos de quase tudo. As fêmeas carregam a ooteca por 24 a 36 horas e então depositam em lugares protegidos. São capazes de produzir até 14 ootecas durante a fase adulta. As ootecas contêm em média 18 ovos. Os adultos vivem mais de 10 meses. Frequentemente guardam as ootecas no interior dos moveis.
Não são dependentes de lugares úmidos como as outras espécies de baratas. A ooteca ao ser depositada é de coloração amarelo pálido tornando-se castanho escuro na presença de ar.
Ribeira Dedetizadora e Desentupidora