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O VERÃO DO ZIKA

O VERÃO DO ZIKA

O VERÃO DO ZIKAO Verão do Zika: os casos de microcefalia (uma malformação cerebral grave) de recém-nascidos, associados ao vírus transmitido pelo Aedes Aegypti, o mesmo mosquito da dengue, viraram assunto das grávidas. O caminho mais curto para evitar o pânico é conhecer os reais riscos da epidemia.

Neste verão por causa do zika vírus, diante das gôndolas das farmácias, o cartaz já avisa: “Falta repelente”. Para encontrar um tubo ou um spray neste verão por conta do zika, não basta ter empenho e sorte na procura. É preciso ser rápido. Se o estoque é abastecido pela manhã, fica vazio por volta do meio-dia. As grandes redes de drogarias abriram intermináveis listas de espera, que podem passar de duas semanas. Nos locais onde o repelente é encontrado – milagre! –, há a limitação de três frascos por pessoa. Alguns apelaram paras as compras pela internet, com preços quase sempre mais altos.

No Facebook, no Twitter e no Instagran, durante este verão e o risco de contaminação pelo zika, a busca incessante pelos cremes e aerossóis, levou a relatos insólitos e imagens próximas da provocação do mau gosto. Uma mãe conta que o repelente de seu filho foi furtado durante uma festinha infantil. Outra exibe, vitoriosa, com uma fotografia na qual aparece com dez tubos e a legenda: “#ostentação”.

O Brasil de 2016, que certamente não poderia ser da ostentação, vive o “verão do zika”. Um modo menos doloroso seria alcunha-lo de “verão do Aedes Aegypti”, do mosquito vetor de três vírus (da dengue, da chikungunya e, claro, do zika), mas isso poderia soar inapelavelmente como notícia velha, de duas décadas atrás.

O caminho da contaminação do zika

Conheça a trajetória do zika:

  • A grávida é picada pelo Aedes agypti, mosquito vetor do vírus zika. Pela corrente sanguínea, o vírus ultrapassa a placenta e chega ao cérebro do feto.
  • O momento mais crítico ocorre sobretudo até a 12ª semana de gestação, quando as células nervosas se multiplicam rapidamente e as conexões cerebrais estão se formando.
  • Entre a 14ª e a 16ª semana de gestação, o ultrassom é capaz de detectar atrofias e calcificações no cérebro do feto. Elas apontam para o desenvolvimento frágil do órgão.

O que define uma microcefalia?

  • Se, ao nascer, o bebê possui um perímetro cefálico menor que 32 centímetros.

Os danos causados pelo zika:

  • A infecção causada pelo zika vírus pode provocar destruição de 50% do tecido cerebral.
  • As funções primárias, como respiração e batimentos cardíacos, são preservadas.
  • A microcefalia leva à deficiência motora, mental e, em alguns casos, à morte prematura.
  • Não é possível tratar a infecção nem reverter as más-formações causadas pelo vírus zika.

O avanço dramático dos casos suspeitos de microcefalia associados ao vírus zika:

  • Antes do zika: ocorriam, em média, 150 registros por ano: em 2010: 153, em 2011: 139, em 2012: 175, em 2013: 167 e em 2014: 147 casos de microcefalia.
  • Depois do zika: houve um aumento estrondoso do número de bebês com problema a cada semana: em 17/11/2015: 399, em 30/11/2015: 1248, em 15/12/2015: 2165 e em 05/01/2016: 3174 casos de microcefalia.

Epidemia assustadora do zika:

  • 21 estados notificaram casos de bebês com a doença.
  • Apenas Amapá, Rondônia, Roraima, Acre, Paraná, Santa Catarina não tiveram registros até a semana passada.
  • 1185 é o número de casos em Pernambuco, estado que concentra 37% do total.

O zika no Brasil

O zika brasileiro, que numa infeliz coincidência lembra a gíria “zica”, usada para designar um momento de baixo-astral, de mau agouro, de coisa ruim, ultrapassou fronteiras, o atalho mais rápido para disseminar a preocupação, vizinha do medo e do pânico. O Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos emitiu aos turistas americanos que pretendem visitar o Brasil no ano de Olimpíada no Rio de Janeiro de um alerta para que se protejam das picadas. Segundo o comunicado, “as grávidas devem tomar precauções redobradas devido à capacidade do zika de causar microcefalia”.

Para agravar o problema, reportagens internacionais mostram fotografias de mães no Nordeste, especialmente de Pernambuco, com bebês recém-nascidos vítimas de microcefalia (malformação cerebral grave e incapacitante) supostamente provocada pelo zika. Na semana passada, o Ministério da Saúde divulgou boletim epidemiológico, com estatísticas do fim de 2015, em que relatava a existência de 3.174 casos suspeitos de microcefalia – um número vinte vezes maior que o verificado em todo o ano de 2014.

Estima-se que a epidemia possa já ter infectado 1,5 milhão de pessoas, apesar da imprecisão das estatísticas oficiais e da dificuldade de lidar com um problema novo. Diz o infectologista Artur Timerman, presidente da Sociedade Brasileira de Dengue e Arboviroses: “A situação é grave e inédita na ciência mundial. Esse é um dos maiores desafios de saúde pública atualmente”.

Infectologistas, por cautela e responsabilidade, tem a soar dramáticos, e é bom que soem, especialmente os mais reputados, como Timerman. Do alarme brota um leque de informações mais cuidadosas. E das informações depuradas obtém-se um quadro mais preciso.

A epidemia de casos de microcefalia associados ao zika

A epidemia de casos de microcefalia associados ao zika foi notificada pela primeira vez em novembro do ano passado no Nordeste e já começa a se alastrar pelo Sudeste do país. Embora os números mais assustadores estejam ocorrendo em Pernambuco, Paraíba e Bahia, acredita-se que, dado o histórico do vírus da dengue, o zika possa atingir seu pico nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro em um prazo de dois a três anos.

A explicação: há um mecanismo biológico pelo qual, com o tempo, o vírus se adapta ao vetor, e assim, faz crescer a capacidade de transmissão. De acordo com a atual toada, em cinco anos serão até 100.000 bebês nascidos com microcefalia no país inteiro. O vírus zika ameaça principalmente as mulheres grávidas que estão no início da gestação (até a 12ª semana). Se infectadas pelo zika, elas correm o risco de gerar bebês com menos de 32 centímetros de perímetro cefálico, uma redução associada a deficiência mental, motora e, em alguns casos, à morte prematura.

De uma hora para outra, um momento tão esperado e naturalmente planejado pela família torna-se desesperador. Grávidas, personagens centrais desse verão de incômodos, relatam cobrir o corpo, passar repelente exaustivamente, fugir como podem do Aedes Aegypti. O cenário inédito, e como decorrência, preocupante, fez do vírus zika o tema principal de rodas de conversa entre mães e de gestantes na sala de espera do consultório de obstetras.

O risco, contudo, não é exclusivo de mulheres em idade fértil ou grávidas. O vírus zika é capaz de afetar crianças, jovens, adultos e idosos – sem distinção de condição de saúde ou gênero. Assintomática em 80% dos casos, a doença pode se manifestar tanto na forma branda (manchas avermelhadas, febre baixa, dor de cabeça) como de modo mais severo, com danos neurológicos. É o caso da síndrome Guillain-Barré, uma afecção autoimune que leva à paralisia e cuja incidência cresceu depois da chegada do zika.

O zika ainda desconhecido

O zika, filho do desconhecimento, ainda é lembrado toda vez que alguém é picado por um pernilongo comum, desse que azucrinam durante as madrugadas – o Culex quinquefaciatus, incapaz de transmitir a doença. Confundir o Aedes Aegypti com o Culex (o Aedes pode ter o dobro do tamanho, com até 7 milímetros) é quase risível. Muito pior é o que ocorre, ainda discretamente, em Pernambuco estado que concentra 37% dos casos de microcefalia. Entre as pernambucanas grávidas, o desespero abriu espaço para a propagação de boatos sobre a doença zika.

Mensagem de áudio distribuídas pelo WatsApp passam informações erradas sobre como se prevenir da picada do mosquito – indicando, por exemplo, o uso de repelentes naturais, sem eficácia comprovada. Outras gravações disseminam o terrorismo com base em dados falsos. Sugerem que há uma nova doença chamada “neurozika”, que deixa crianças em estado de coma gravíssimo. A suposta afecção, segundo a mensagem, está lotando prontos-socorros. Mentira, mentira, mentira. Nada disso foi confirmado, e não será.

As ondas de medo são comuns quando se trata de saúde pública. Toda vez que uma nova epidemia surge, abre-se terreno para especulações e para medidas emergenciais. Foi o que ocorreu na década de 70, com a epidemia da meningite. Na ocasião, esgotaram-se nas farmácias os comprimidos e ampolas à base de sulfa e de antibióticos, utilizados para tratar a doença. Nesse caso, o temor era pela escassez de informações e pela falta de transparência do governo militar.

Mais recentemente, em 2009, o pânico ocorreu por causa do surto de H1N1, popularmente conhecido como gripe suína. Como no caso do zika, seu potencial era desconhecido até para os médicos, e as vítimas eram mais jovens que as de surtos de gripe comum, que afetavam idosos geralmente debilitados. A história se repetiu. A corrida às farmácias era para estocar álcool gel. Nunca uma população higienizou tanto as mãos. Chegou-se, até utilizar máscaras hospitalares como precaução. Por sorte, o H1N1 era muito mais fácil de prevenir do que a infecção por zika.

Como medir o tamanho do medo ao zika e ao mosquito Aedes Aegypti, vetor também da dengue e da Chikungunya?

A métrica mais adequada é o “índice repelente”. Mas nem todo repelente é igual, os produtos mais adequados são à base de icaridina. Conforme as consequências do vírus zika ganhavam manchetes, o estoque de tubos e sprays sumia das prateleiras. Nos estabelecimentos da Raia Drogasil, o maior grupo farmacêutico do país, a venda de repelentes de dezembro de 2015 foi sete vezes mais alta que a de dezembro do ano anterior.

No Nordeste, a procura cresceu 200%. O aumento é muito maior do que os 40% previstos para esse tipo de produto no verão. A demanda provocou longas listas de espera e racionamento de repelentes. Um levantamento feito pela SC Jhonson em 2015 mostrou que somente 6,4% da população brasileira utiliza repelente ao menos uma vez por ano.

O cenário parece ter mudado. O produto mais cobiçado – e também o mais escasso – é o da marca Exposis, do laboratório farmacêutico de origem francesa Osler. Para dar agilidade à produção, o princípio ativo, a icaridina, passou a ser importado da Alemanha de avião – em vez de navio.

Há duas modalidades mais comuns de repelente: a que contém icaridina (derivada da pimenta) e aquela à base de DEET (dietiltoluamida). A maioria das marcas encontradas nas farmácias tem DEET em sua formulação, entre elas OFF! e Repelex. Há relatos científicos, porém, de que o inseto começa a criar resistência ao DEET. Em um experimento, os pesquisadores descobriram que, inicialmente, o Aedes é repelido pelo composto químico, mas depois o ignora. Não há indicação desse efeito com a icaridina.

Outra diferença: a icaridina é eficaz por até dez horas, enquanto os compostos com DEET agem por até seis horas. Mas atenção: a aplicação equivocada, em quantidade inadequada, e a sudorese excessiva podem diminuir a eficácia do produto. Os médicos indicam a reaplicação a cada quatro horas, no caso da icaridina, ou logo depois de um mergulho. Os compostos naturais não têm comprovação cientifica. Os aparelhos ligados nas tomadas elétricas são inúteis contra o Aedes.

Qual o modo de acabar com o zika?

O único modo bem-sucedido de frear o zika é ir às suas origens. Tradução: o mosquito transmissor, o Aedes Aegypti. Por mais que sejam feitas campanhas de conscientização para eliminar os criadouros do inseto, a banda toca igual a cada início de ano. Todo mundo sabe que, para se multiplicar, ele precisa de pouquíssima água, o suficiente para encher uma tampinha de garrafa. Seus ovos sobrevivem por até dois anos.

Então, o hábito das pessoas de acumular água em recipientes em casa – em vasos de plantas, por exemplo – estimula, sim, o alastramento das doenças que ele transmite. Mas não é só isso. Uma junção de fatores explica essas epidemias – e por que elas se agravam todos os anos.

Para começar é nefasta em razão da incrível capacidade de adaptação ao ambiente urbano de seu vetor. O clima tropical, quente e úmido é ideal para a proliferação do mosquito. Soma-se a isso à organização caótica das grandes cidades brasileiras. Elas são cobertas por asfalto, prédios e poucos parques com espaço verde, que ajudariam no escoamento da água das chuvas. Tanto que o índice de dengue não é restrito às regiões mais pobres, onde falta saneamento básico. Em São Paulo, entre os cinco locais com maior número de casos de dengue estão o Jardim Ângela, bairro periférico, e o Itaim Bibi, bairro nobre lotado de prédios residências e comerciais.

Estima-se que, no ano passado, o Brasil tenha registrado a maior epidemia de dengue da história, com 2,5 milhões de infectados. De chikingunya, foram 750.000 casos. Segundo Artur Timeman, “há um ineditismo: uma tríplice epidemia, com a circulação de três vírus transmitidos por um mesmo vetor em um mesmo local”. No entanto, é improvável que o mosquito seja capaz de transmitir as três doenças simultaneamente.  Até agora, pelo menos, não houve registro de algo do tipo na prática clínica.

A estratégia contra o mosquito Aedes aegypti

Se a guerra contra o mosquito está perdida, sobram as medidas paliativas como o uso de repelentes, a redução de criadouros e os mosquitos geneticamente modificados, entre outras estratégias. A principal esperança da comunidade científica é conseguir tornar a população imune às doenças que o Aedes Aegypti transmite. O maior passo foi dado há duas semanas, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou uma vacina contra a dengue.

Com eficácia limitada de 66%, a imunização consegue diminuir os casos graves da doença (mas é ineficaz no combate ao zika). Timerman lidera um estudo para descobrir se os anticorpos contra a dengue podem ajudar a proteger as grávidas infectadas pelo zika. A pesquisa será feita em 2.000 mulheres que geraram filhos com microcefalia. Os resultados devem ser publicados até a metade deste ano. Se for confirmada a hipótese, a vacina poderá ser uma esperança para as mulheres que adiaram os planos de engravidar.

“Nem toda grávida que entrou em contato com o vírus zika vai desenvolver um feto microcefalia. Vai depender da carga viral, do momento da gravidez e de fatores do sistema imunológico dessa grávida”, diz Carlos Brito, professor da Universidade Federal de Pernambuco e responsável por identificar os primeiros casos de microcefalia no Brasil.

Qual seria a resposta para as mulheres grávidas em relação ao zika?

Diante da inexistência de dados, é impossível dar uma resposta certeira a essas mulheres. Como falta respostas desse tipo, o Ministério da Saúde recomenda que as mulheres que desejam engravidar conversem com seu médico antes de fazê-lo. O ministro da Saúde, Marcelo Cláudio Maierovitch, diretor do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis, chegou a afirmar que as mulheres deveriam adiar os planos de gravidez, mas depois recuou, pressionado pela reação.

A orientação não é absurda, faz todo o sentido – mas não se pode esperar de uma autoridade pública que esse tipo de recomendação vire mantra, à falta de iniciativas mais efetivas, como atacar com todas as forças a proliferação das doenças causadas pelo Aedes.

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